Devassa[dor]a
Uma saudade
devassadora
Dos beijos
despudorados
Dos corpos lascivos
entrelaçados
Que não
descolam sequer sob o olhar sagrado das freiras
Uma saudade devassadora
Das
ousadias, danças, shows
Das
feijoadinhas e inúmeros voos
De aeroporto
em aeroporto - estômago redemoinho - na boca: beijo e coração
Uma saudade devassadora
Das prosas
intermináveis
Dos segredos
inenarráveis
Dos cigarros incontáveis: fumante ativo - fumante passiva: saudáveis!
Uma saudade devassadora
Dos pés
gelados no inverno
Procurando
um mimo terno
E da pele quente sempre - quarenta graus ardentes - nas quatro estações
Uma saudade devassadora
Do filhote tão
desejado
Do casamento
mal planejado
Do
apartamento sonhado - num bairro bonito em Porto Alegre
O casamento [não] aconteceu
O filhote [ainda] não
nasceu
O
apartamento: “aluga-se”
E a coreografia
na loja de departamentos - devaneio docemente lúcido
Uma saudade devassadora
Ainda esperançosa
É mais que prosa:
Verdadeira - é pura, justa, nua e crua - de quem sempre foi “Sua D”ama - [A cura]
F.
BULA:
Ousadias (4) - Devassa[dor]a
Sobre a forma: a mesma usada em Loja De Departamentos [http://pilulapoetrix.blogspot.com/2012/09/loja-de-departamentos-ousadias-2.html]
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