segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Crise De Identidade

Crise De Identidade

Eu lírico: lorota!
Conta outra, Eu larápio...
Eu - sou [Eu] mais Eu: deveras inteiro

F.
BULA:
Autopsicografia 

"O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor 
A dor que deveras sente. 

E os que lêem o que escreve, 

Na dor lida sentem bem, 
Não as duas que ele teve, 
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda 
Gira, a entreter a razão, 
Esse comboio de corda 
Que se chama coração."
Fernando Pessoa

Para ficar mais claro [ou confundir mais]:

"In speaking of the human brain as an electro-colloidal biocomputer, we all know where the hardware is: it is inside the skull. The software, however, seems to be anywhere and everywhere. For instance, the software "in" my brain also exists outside my brain in such forms as, say, a book I read twenty years ago, which was a translation of various signals transmitted by Plato 2400 years ago. Other parts of my software are made up of the software of Confucious, James Joyce, my second-grade teacher, The Three Stooges, Beethoven, my mother and father, Richard Nixon, my variou dogs and cats, Dr. Carl Sagan, and anybody and (to some extent) any-thing that has ever impacted upon my brain."
Robert Anton Wilson - Prometheus Rising

Ou seja: A nossa consciência não é isolada, ela é formada por qualquer coisa que vemos, ouvimos, tocamos, sentimos, cheiramos. É formada pelas idéias alheias, irremediavelmente amalgamada a qualquer outra coisa ou consciência que a nossa consciência tenha tido contato. Só existe um "Eu", um "Eu inteiro" composto por uma salada de "eus" que não são o "Eu" em si, mas são a matéria prima do "Eu". Portanto, "Eu lírico", é abobrinha. 
Desculpa de poeta p'ra sair pela tangente.

Nenhum comentário: