Famintas as juras: cruas
Promessas sem data em aniversários
Sem cartões - penúria - miguando palavras
F.
BULA:
Soneto de Amor XI
Tenho fome da tua boca.. da tua voz..de teus cabelos..
E pelas ruas vou... sem comer... calado...
Não me sustenta o pão...a aurora me desequilibra...
Busco no dia o som límpido dos teus pés...
Estou faminto de teu riso resvalado..
Das tuas mãos cor de furioso celeiro,
Tenho fome da pálida pedra das tuas unhas,
Quero comer a tua pele como uma intacta amêndoa...
Quero comer o raio queimado em tua beleza,
O nariz soberano do rosto altivo...
Quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas..
E faminto venho e vou olfateando o crepúsculo..
À tua procura... buscando teu coração ardente...
Como um puma na solidão de Quitratúe....
Pablo Neruda
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